maçã descalça da branca de neve

E nessa chuva depois do anoitecer
onde você não conseguia distinguir poça de mar, vento de árvore enroscada na sombrinha,
você ainda podia sentir o chão.

A grama molhada, as folhas caidas e encharcadas quase se desfazendo na calçada, o alfalto molhado e não tão afiado e perigoso assim assistiram no escuro
a menina que subia a rua pra chegar em casa após descer do ônibus depois da escola, com a mochila nas costas, os cadernos e o tupperware de bolo de fubá da tia numa mão, e a sombrinha equilibrada às duras penas e os sapatos na outra.

Ela chegou em casa, que parecia o lugar mais quentinho do universo tirou as roupas molhadas e depois do jantar comeu uma maçã.
Essa maçã e suas 3 companheiras maçãs haviam chegado à casa no dia anterior e se instalado na frutera.
O primeiro impulso da menina que andou descalça na chuva da rua foi torcer o nariz para aquelas maçãs quase roxas de tão vermelhas; vistosas e brilhantes, como daqueles filmes onde a maçã é maior preciosidade (ou maldição),
ou como no começo de DragonBall Z, onde ela era o único alimento do Gohan
E ela se arrependeu de ter feito aquele gesto no dia anterior, por que ao morder um pedaço da maçã, sentiu-a doce e crocante, como uma boa maçã deveria ser para ela.

E é desconhecido o porquê, mas esses acontecimentos vão fazê-la ir dormir feliz hoje
(e talvez acordar doente amanhã, mas..)










AH, e eu tropecei na escada hoje cedo, depois da prova. Um menino viu e ficou mó preocupado... tadinho... eu falo que as pessoas tem que parar de beber antes da prova de história, mas nem eu me escuto! /risos