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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

quando seu dia dava uma crônica

É um dia pós vestibular e tem aula, você acorda, toma café, (não) interage com a sua mãe, ela sai pra trabalhar..
Dez minutos depois
Você pega a bicicleta e quando está tomando fôlego, o telefone toca.
É ela.
"Você vai estudar hoje?" - okay, nesse momento seguramos todo o ódio do coração do massacre de um ano passado em um curso pré-vestibular e simplismente diz-se/admite-se: "não"
"Ótimo, por que-" Oh ouh.

E quarenta minutos depois aparece um carro em frente a sua casa com a tal mulher que trabalha com a sua mãe e a filha dela,
que havia sido descrita como uma menina da sexta série que ficou de recuperação e precisa estudar para a prova (que seria dali a três horas), mas não achava professor particular pra ensinar matemática.

Que fique claro que o que eu esperava não era, de maneira alguma, ela. Primeiro por que ela tinha o meu tamanho e o desenvolvimento físico de alguém que está na oitava série; depois por que ela tinha esquecido o matérial necessário para não repetir o ano escolar, e outras coisas que me levavam a ter por alguns instantes medo dela.

Na primeira meia hora fez-se silêncio enquanto ela copiava um trabalho de biologia e esperava o irmão trazer as coisas de matématica.
Quando ele chegou eram oito exercícios. Os oito mais longos da minha vida talvez.

Primeira frustração: estar no terceiro colegial e se confundir num exercício de triângulo isoscéles e demoras para conseguir achar algum valor aceitável para X e Y.

Segunda frustração: "Quanto dá a soma dos ângulos internos do triângulo?" "Hã?" "Quanto tem que dar tudo isso aqui que tá dentro?" "AAh.. nõa sei.." "180°" "Ah."

trigésimo nono problema: "okay (tensa), e agora, o que a gente faz? Que a gente tem feito nos últimos três exercícios?" "Ahhhh, não sei." "Tira o número de perto da letra, passando pro outro lado lembra?(isolar o X)" "Ah."

nem contava mais, só queria me explodir por ter aceito ajudar alguém: "Vai, quando passa pro outro lado do sinal de igual aqui fica?" "ahhh, menos?" "Não, tá vendo aqui? troca o sinal, entendeu? Todos os de antes era "+" então ficavam "-" mas esse é menos, então fica mais."

...: "Falo quedrilátero!! Desenha um troço ce 4 lados!!" "tá." "E agora, quanto tem que dar o tanto de coisa dentro de uma coisa de quatro lados?" "..." "360°"

...²: "ó, quando você não souber, pra ficar mais fácil substitui pelo X" "..."


E ao fim de duas horas o que eu mais queria era que não tivesse aula a tarde e que a prova dela não fosse em uma hora, pra poder pelamordeDeus mostrar mais coisas, para que eu não me sentisse tão não-convidativa/eficiente professora.

Mas ela agradeceu e comentou que conseguiu entender coisas que tentava desde o começo do ano. E não quis revisar quando eu tentei fazê-la me falar pela 3ª vez a soma dos ângulos internos do triângulo. E seu irmão à levou embora de moto.


Quando minha mãe foi me buscar na escola, disse que não caiu nada do que eu tinha ensinado na prova dela. "Ela falou que o que ela não sabia - que foi o que você ensinou - não caiu. Caiu só o que ela sabia. E ainda bem que caiu coisa que ela sabia, por que ai ela tirou 0,5." "..."

E a mãe da menina me mandou 25 reais...

1 ∙ √⅝ pessoas resolveram falar:

Chise x3 disse...

ok mari, eu tive que rir!

(: